Introdução
Ansiedade é um sentimento natural aos seres humanos, que nos primórdios da humanidade funcionava como ativador do instinto de sobrevivência. No entanto, ao longo da evolução humana, quando o homem transfere sua preocupação, seu medo, do objeto para a situação, se torna então um problema de saúde mental.
A ansiedade está relacionada a uma reação emocional de uma ameaça futura, que pode ou não se concretizar, e que majoritariamente, não representa de fato um perigo à vida.
No ambiente profissional, a alta demanda por performance, a pressão desmentida, metas impossíveis de serem alcançadas, o volume exacerbado de atividades diárias, ambientes insalubres de trabalho, ambientes inseguros psicologicamente são considerados agentes estressores.
“Não existe um método universal para determinar quando a ansiedade se torna disfuncional e quando se deve buscar ajuda. O fato é que ela existe em níveis e formas diferentes para cada pessoa, dependendo da química do cérebro, da composição genética. Do histórico, do ambiente, dos relacionamentos sociais e assim por diante.
De modo geral, a ansiedade se torna problemática quando traz a sensação de descontrole – o que também se manifesta de forma diferente em cada um.” (LIEBERMAN, p. 50, 2023)
Os 4 passos para o gerenciamento da ansiedade
A partir de suas pesquisas, Charlotte Lieberman compartilha 4 passos para gerenciar a ansiedade.
- Familiarizar-se com a ansiedade.
- Escolher uma âncora.
- Transformar a disciplina em uma forma de gentileza.
- Visualizar mudanças positivas.
1. Familiarizar-se com a ansiedade.
Assim como mencionado em artigos anteriores o autoconhecimento é fundamental para lidar com problemas mentais, aprender a identificar o que está acontecendo internamente, e agir com auto-empatia ajuda na tomada de decisões mais conscientes e assertivas.
Uma dica que a autora Charlotte Lieberman compartilha neste item e que, segundo ela, pesquisas já comprovam a sua eficácia, é a utilização de técnicas de atenção plena, os estas técnicas ajudam a reduzir a ansiedade e a melhorar a cognição.
2. Escolher uma âncora.
A autora se refere a criação e manutenção de uma rotina diária, pois como vimos em artigos anteriores, esta estratégia gera sensação de segurança para o cérebro do ser humano.
E como também já abordado anteriormente, outro ponto que a autora destaca é utilizar a ferramenta terapêutica do diário de pensamentos, este exercício pode ser um bom catalizador e estabilizante de pensamentos e uma ferramenta de apoio ao autoconhecimento.
3. Transformar a disciplina em uma forma de gentileza.
Incluir atividades terapêuticas como artes, musicoterapia, desenhar, ouvir música livremente, práticas de meditação e respiração, são algumas das práticas que podem auxiliar na manutenção da disciplina de forma gentil.
Busque práticas que podem auxiliar na mudança de hábito, na construção da disciplina de forma que está não se torne um agente estressor, mas sim um agente facilitador na redução da ansiedade.
4. Visualizar mudanças positivas.
Visualizar mudanças positivas pode não ser tão fácil para aqueles que sofrem de ansiedade, uma estratégia que costuma ser eficaz é solicitar a ajudar de um amigo de confiança ou contar com um psicoterapeuta, para auxiliar na organização mental.
Conclusão
Em um ambiente de trabalho cada vez mais desafiador, o gerenciamento da ansiedade é crucial para garantir a saúde mental de líderes e colaboradores. As estratégias apresentadas — familiarizar-se com a ansiedade, estabelecer rotinas, transformar a disciplina em gentileza e visualizar mudanças positivas — oferecem um caminho prático para lidar com esse sentimento de forma eficaz.
O autoconhecimento e a autoempatia são fundamentais nesse processo, permitindo que cada indivíduo compreenda suas emoções e desenvolva mecanismos de enfrentamento saudáveis. Além disso, cultivar um ambiente psicologicamente seguro e promover a comunicação aberta pode não apenas reduzir a ansiedade, mas também impulsionar a produtividade e o bem-estar geral no trabalho.
Ao implementar essas abordagens, empresas e equipes estarão mais bem preparadas para enfrentar os desafios diários, promovendo uma cultura organizacional que valoriza a saúde mental e o crescimento individual.
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Referências Bibliográficas:
LIEBERMAN, C. Como gerenciar a ansiedade in: Harvard Business Review: Como melhorar a saúde mental no trabalho. 1.ed. Rio de janeiro: Sextante, 2023. Capítulo 4, p. 49 a p. 55.
MICHAEL, C. M. et all., Coupling of Respiration and attention via the Locus Coeruleus: Effects of Meditation and Pranayama, Psychophisiology 55, número 9 (2018), https:/online library.Wiley.com/doi/abs/10.1111/PayPal.13091.
Foto de: https://pixabay.com/pt/photos/homem-escreva-plano-escrivaninha-593333/ Imagem de StartupStockPhotos por Pixabay